LAMPARINA DA AURORA
(Dead Leaves)
LANÇAMENTO NACIONAL: 30 DE NOVEMBRO NOS CINEMAS
- MELHOR FILME (JÚRI OFICIAL) - MOSTRA TIRADENTES 2017- MOSTRA OLHOS LIVRES
- SELEÇÃO OFICIAL - MOSTRA NÃO COMPETITIVA - MOSTRA DE CINEMA DE PAJEÚ 2017 - PERNAMBUCO
- SELEÇÃO OFICIAL - MOSTRA NÃO COMPETITIVA - MOSTRA CINE NORDESTE 2017 - CEARÁ
- MELHOR FILME, MELHOR ATOR, MELHOR ATOR COADJUVANTE, MELHOR DIREÇÃO DE ARTE, MELHOR FOTOGRAFIA (JURI OFICIAL) E MELHOR FILME (JURI POPULAR) - GUARNICÊ DE CINEMA 2017 - MARANHÃO
- SELEÇÃO OFICIAL - FILMFESTIVAL KITZBUHEGEL 2017 - AUSTRIA
SELEÇÃO OFICIAL - BOGOCINE - FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DE BOGOTA - COLOMBIA - 2017
SELEÇÃO OFICIAL - CARDIFF INTERNATIONAL FILM FESTIVAL - REINO UNIDO - 2017
Pressbook - LAMPARINA DA AURORA - DEAD LEAVES
No limiar dos desejos enigmáticos
Por Francisco Carbone
Durante a Mostra de Cinema de Tiradentes 2017
O diretor Frederico Machado (de “O Signo das Tetas”) de fato tem uma sensibilidade única, reside num lugar peculiar dentro da nossa filmografia hoje e infelizmente é pouco conhecido. Seus filmes flertam com a ousadia dentro de narrativas geralmente desconstruídas e herméticas, que sugerem e propõem muito mais que revelam; como alguém verdadeiramente em busca do desconhecido e da tentativa, Machado aponta para lugares do silêncio e da expressividade de seus atores para chegar próximo ao que quer, e a certeza dele é a nossa dúvida. Machado hoje ocupa um lugar das pessoas que não estão quietas ou satisfeitas, então seu cinema é um lugar de indagação muito bem-vindo.
A trama de “Lamparina da Aurora”, filme maranhense de “guerrilha” (que “faz uma ação educativa próxima a do Teatro Piollin do ator Buda Lira), integrante da vigésima edição da Mostra de Cinema de Tiradentes 2017, na Sessão Olhos Livres (e que foi o filme vencedor do Prêmio Carlos Reichenbach pelo Júri Jovem), uma fábula existencial sobre o tempo, o corpo e a natureza, um casal de idosos que recebe a visita de um jovem misterioso, todas as noites na fazenda abandonada em que passaram a viver, desenvolve-se a partir do casal maduro presos numa casa. Pois bem, presos é uma forma metafórica pra lidar com a situação-limite que o roteiro nos apresenta: em determinado momento uma visita chega à casa, um homem mais jovem que obviamente irá desestabilizar cada vez mais aquelas duas pessoas, até a revelação das suas verdades. Mesmo que ainda nada fácil, Machado dessa vez elabora melhor o jogo sobre a qual se debruça, com pistas sutis que são dadas no decorrer da obra, nunca menos que sedutora e envolvente.
De ficha técnica beirando a perfeição, o filme impacta com sua fotografia bruxuleante e sua atmosfera repleta de estranheza e falta de comunicação, que é determinante para nos manter no escuro de acordo com os desígnios do autor. Trilha sonora e montagem também dizem muito a que veio, num filme que parece muito interessado em programar um debate a respeito de sua atmosfera de vingança, submissão e redenção, que se encaminha sempre a saídas tortuosas e intranquilas, movendo não somente a narrativa como seus personagens em direção ao embate entre os três em cena, que irão desenrolar o novelo de um filme tão bonito quanto repleto de enigmas e símbolos, que caberá a cada espectador embarcar e se propor a desvendar.
“Lamparina da Aurora” foi “produzido com baixo orçamento, sem recursos públicos”, e o prêmio foi recebido como uma boa surpresa. “É um trabalho muito artístico, porque a narração do filme é toda poética, toda baseada em cenas de poesias de um grande escritor maranhense, o Nauro Machado (que já trabalhou em “O Signo das Tetas”, seu filme anterior). É um filme de gênero, um suspense. Um prêmio desse dá a possibilidade do filme ser mais falado e ser visto no cinema e em outros festivais”.
On the threshold of enigmatic desires
By Francisco Carbone
During the Tiradentes Film Festival 2017
The director Frederico Machado (of "The Road of Milk") in fact has a unique sensitivity, resides in a peculiar place within our filmography today and unfortunately is little known. His films flirt with audacity within generally deconstructed and hermetic narratives, which suggest and propose much more than they reveal; As someone truly searching for the unknown and the attempt, Machado points to places of silence and expressiveness of his actors to get close to what he wants, and the certainty of it is our doubt. Machado now occupies a place of people who are not quiet or satisfied, so his cinema is a very welcome place of inquiry.
The plot of "Dead Leaves", the Maranhão film "guerrilha" (which "plays an educational action next to the Piollin Theater of the actor Buda Lira), member of the twentieth edition of the Tiradentes Film Festival 2017, And which was the winning film of the Carlos Reichenbach Prize by the Young Jury), an existential fable about time, body and nature, an elderly couple who receives a mysterious young man's visit every night in the abandoned farm where they passed To live, develops from the mature couple trapped in a home. Well, incarcerated is a metaphorical way to deal with the limit situation that the script presents us: at a certain moment a visitor arrives at the house, a younger man that obviously will destabilize more and more those two people, until the revelation of their Truths. Although not yet easy, Machado this time elaborates better the game on which he surprises, with subtle clues that are given in the course of the work, never less than seductive and engaging.
From technical data bordering on perfection, the film impacts with its flickering photography and its atmosphere full of strangeness and lack of communication, which is decisive to keep us in the dark according to the author's designs. Soundtrack and montage also tell a lot of what has come, in a movie that seems very interested in scheduling a debate about its atmosphere of revenge, submission and redemption, which always leads to tortuous and uneasy exits, moving not only the narrative as its Characters in the direction of the clash between the three on the scene, who will unroll the ball of a movie as beautiful as it is full of enigmas and symbols, that will be up to each spectator to embark and propose to unveil.
"Lamparina da Aurora" was "produced with low budget, without public resources", and the prize was received as a good surprise. "It's a very artistic work, because the narration of the film is all poetic, all based on poetry scenes from a great Maranhão writer, Nauro Machado (who has worked on"The Road of Milk", his previous film). It's a genre movie, a suspense. A prize of this gives the possibility of the film being more talked about and seen in the movies and other festivals. "